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Operadoras de telecom querem quebrar a neutralidade para não investirem no Brasil

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14112013

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Pagamos 100% por uma velocidade e só recebemos 20% do que contratamos das operadoras. A latência é tão grande que foge de todos os padrões internacionais aceitáveis

Por Sérgio Amadeu


O representante dos donos da operadoras de telefonia, Sr Eduardo Levy, segundo o jornal Folha de São Paulo, teria dito ao governo que "com crescimento contínuo da demanda pelos serviços haveria duas opções: perder qualidade ou fazer vultosos investimentos para ampliação da rede das empresas, aumentando o preço para os consumidores".

Primeiro é preciso perguntar que qualidade é essa que o Sr. Levy diz que as teles nos oferecem? Pagamos 100% por uma velocidade e só recebemos 20% do que contratamos das operadoras. A latência é tão grande que foge de todos os padrões internacionais aceitáveis. Não é por menos que as teles lideram as reclamações nos serviços de proteção do consumidor. Enquanto escrevo este texto acabo de receber uma cartinha da Vivo me cobrando por um serviço de dados que cancelei desde setembro (tenho o protocolo) e eles continuam me mandando a fatura. Aliás pagava R$ 167,00 por mês por 20Mb que nunca tive.

Segundo, o representante das operadoras deixou claro qual é o problema das teles: elas não querem investir na ampliação da infraestrutura. As teles há muito tempo sabem que as pessoas consomem cada vez mais bits. Estima-se que em 2017, o mundo irá utilizar 1,4 zettabyte, o equivalente a 1 trilhão de gygabytes ou o mesmo que 1 bilhão de DVDs assistidos por dia durante um ano inteiro. Há pouco mais de 10 anos, usavamos disquetes de 1,44 Mb. Hoje, os computadores não têm mais entrada de disquetes e as pessoas começam a usar pen drives com 512 Gb. Isso significa que um pendrive desses tem a capacidade equivalente de 365 mil disquetes. Mas, as teles não sabiam disso?

Na verdade, as teles querem manter a mesma capacidade das infovias, da infraestrutura de fibras e cabos por onde transitam os dados. Para fazer passar o fluxo crescente de informações, as operadoras querem filtrar o tráfego e gerenciá-lo, para tal precisam quebrar a neutralidade que deveriam ter em relação aos pacotes de dados. Sem dúvida, as teles não querem investir no ritmo que as sociedade exige e, mais do que isso, pretendem ter modelos de negócios especiais para as empresas que pagarem caro para seus dados não serem bloqueados e ficar numa via congestionada. Grandes corporações gastarão mais e terão sua comunicação mais estável e veloz. Nós, a maioria da população teremos que amargar com a qualidade que o Sr Levy diz que temos hoje, ou seja, uma rede instável e lenta.

A questão é exatamente essa: as operadoras não querem investir e por isso, precisam quebrar a neutralidade da rede. Aqueles que têm compromisso com o desenvolvimento da sociedade informacional no Brasil e com a inclusão digital não podem concordar com um segmento que não fornece a banda larga necessária nem na periferia da cidade de São Paulo. Mas é evidente. O modelo de negócios dessas empresas era vender banda larga cara para quem pode pagar. Por isso, o Brasil está pessimamente conectado.

Logo, a conversa da semana passada que as operadoras de telefonia queriam é atender os pobres não passa de balela. O discurso dos lobistas das teles de que os pobres querem comprar apenas o pacote de serviços necessários aos seus interesses não resiste aos números das pesquisas sobre os usos da Internet no Brasil. Um influente deputado do PMDB disse que os pobres estão pagando pelo multimídia dos ricos (SIC!). "O pobre quer apenas acessar a web e seus e-mails por isso não precisa pagar tudo que paga". Nossa! Quer dizer que as operadoras que nunca se interessaram em levar banda larga no interior do país e das periferias das cidades resolveram agora se tornar defensora dos fracos e oprimidos? Tenha paciência.

Vamos observar os dados da única pesquisa sobre Internet no Brasil, reconhecida pela UNESCO, a TIC Domicílios e Empresas 2012, promovida pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (http://www.cetic.br/publicacoes/2012/tic-domicilios-2012.pdf)

Indo direto ao ponto, constatamos que apenas 18% dos brasileiros que ganham até 1 salário mínimo estão conectados à Internet. Destes, apenas 45% utilizam e-mail para se comunicar, 73% usam redes sociais (como Facebook) e 53% assistem filmes e vídeos na Internet. Repare que entre os mais pobres o uso de recursos multimídia é maior do que o uso do e-mail. Organizar pacotes mais caros para acessar o Youtube ou o Vimeo somente tornará pior e mais custoso o acesso desses recursos para os mais pobres. Como poderemos incentivar o uso dos cursos online sem o direito dos mais pobres utilizarem a tecnologia streaming?

Não vamos aceitar as falácias das operadoras de telefonia que não querem investir no Brasil. Essa situação é fruto de uma privatização completamente atravessada que gerou este absurdo Custo Brasil de Telecomunicação. Não podemos concordar que os representantes das Teles em conjunto com o deputado Eduardo Cunha criem uma Internet segregada, uma comunicação rápida e estável para os ricos e um serviço degradado para os pobres. A quebra da neutralidade implicará no pagamento do que hoje temos o direito de utilizar.

Já pagamos para as operadoras mais caro para termos velocidades maiores de conexão. O deputado Eduardo Cunha deveria brigar para que as operadoras investissem para nos entregar a velocidade que pagamos e não apenas 20 % dela. Deveria lutar pelo investimento na infraestrutura da sociedade informacional e não para defender o interesse de 4 grandes corporações. Mas, ainda dá tempo do deputado Eduardo Cunha mudar de posição para apoiar o relatório do deputado Alessandro Molon em defesa da neutralidade da rede.
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